terça-feira, 3 de novembro de 2009

Autumn on the seashore

Nas manhãs de névoa sobre o mar, gosto de ir até à praia.

As vozes parecem sussuros ao longe como se se temesse algo invisível, algo que pode estar à espreita e que só o sol sabe afastar.
O Outono chega à beira-mar e com ele o vazio, a solidão do extenso areal que se prepara para a fúria do mar de Inverno.
As almas já não olham o mar da mesma forma. Agora temem-no, contemplam-no, não deixando, no entanto, de o desejar. É um amante misterioso este mar. Rude mas apaixonante, agressivo mas cativante.
Desejamos mais o que pensamos conseguir mudar que aquilo que se apresenta como simples, fácil de lidar. Temos em nós um permanente desejo de sermos a madre Teresa de Calcutá de uma qualquer alma.
É essa a nossa perdição. Não aceitamos, achamos sempre que podemos mudar o outro.
As pessoas são como o mar, não mudam. Podemos aprender a navegá-lo aceitando-o como ele é, conhecendo-o, dia após dia, um pouco melhor, mas ele terá sempre ondas, acalmias e tempestades inesperadas.

Hoje divaguei por aí, no dia em que o Outono chegou à beira mar...

4 comentários:

sakura disse...

O meu mar, eu já o aceitei tal como ele é.
Com tudo o que tem de bom, com todos os seus momentos de tempestade, de revolta. Porque é nele que me sinto bem, porque é nele que quero navegar... O meu mar.

Adoro-te.
Flor

DoceSussurro disse...

Lindo texto...
Também sou uma menina do mar :)
Senti e identifiquei me com aquilo que escreveste...
É bom saber que estás de volta :)

Beijinho*

Lia disse...

ao ler-te fizeste-me lembrar alguém, que eu lia antes... dp vi o comentário da sakura e fiquei ainda c mais duvidas...mas isso n interessa nada!

O mar dá-me uma paz que poucas pessoas conseguem, mas tens toda a razão...o mar, embora sempre o mesmo, não é constante e é aí que reside a sua beleza, bem como nas pessoas, desde que as aceitemos tal como são!

Smurf disse...

Lindo! E como gosto e me identifico com o penúltimo paragrafo!!!